Bento Gonçalves: Os caminhos bucólicos da Serra Gaúcha
- Texto e fotos por Maicon
- 21 de jul. de 2016
- 6 min de leitura

Passada uma semana da trip de Cambará do Sul, o próximo destino a ser explorado foi Bento Gonçalves, mais precisamente a Vinícola Aurora e os Caminhos de Pedra, roteiro criado com o propósito de propiciar ao turista a chance de conhecer um pouco mais da história desta bela cidade, colonizada pelos imigrantes italianos a partir de 1875.
Com um roteiro criado pela Trip Tri, encaramos o frio congelante - mas que rendeu um belo dia ensolarado - e partimos cedo de Porto Alegre, já sentindo o cheiro do vinho de longe... O post a seguir servirá como guia para futuros desbravadores deste belo e bucólico caminho, onde o verde se faz presente de forma nada modesta, fazendo qualquer pessoa esquecer o cinza das metrópoles.
COMO VIAJAR? A Trip Tri realiza a viagem "Bento Gonçalves Cultural" seguidamente, e inclui em seu pacote os seguintes itens, no valor de R$ 79,00:
1- Transporte de ônibus ida e volta de Porto Alegre/RS - Bento Gonçalves/RS 2- Entrada na Vinícola Aurora 3- Coordenadores desde Porto Alegre 4- Roteiro por lugares pré-definidos
Os horários de saída das excursões para Bento tem início às 06:30, no embarque primário perto da PUC (Rua Professor Cristiano Fischer, 2000 - Petrópolis), passando pelo Haudi Park, na frente da rodoviária de POA, seguido de Canoas, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, etc.
O ônibus que nos levou até lá era muito bom, e a viagem, como não poderia deixar de ser, foi muito tranquila, com o ar do bus ligado para espantar o frio desolador lá da rua :)
QUANTO INVESTIR? Em vez de você ficar em casa, muitas vezes sem fazer nada, que tal investir um pouquinho de grana numa viagem bacana e BARATA? No caso da Trip Tri, estas viagens de um dia custam R$ 79,00, e caso você seja econômico, é o passeio perfeito. Em casa você também gastará com café, almoço e janta e aquela besteirinha do meio da tarde - mas não terá a chance de ver tantos lugares bonitos :)
Além da grana da excursão (Trip Tri), que é baratíssima, há as taxas que alguns locais cobram.
No roteiro que fizemos, ficou mais ou menos assim:
1 - Casa dos Doces Predebon - sem taxas 2 - Parque da Ovelha - taxa de R$ 18,00 com degustação 3 - Cantina Strapazzon - taxa de R$ 5,00 com degustação de vinhos/sucos 4 - Casa da Erva Mate - taxa de R$ 5,00 para a demonstração
5 - Casa das Cucas - sem taxas
Então, caso você visite todos os locais propostos, o custo ficará em: R$ 107,00
OBS: No caminho de ida fizemos uma parada em um restaurante, na cidade de São Sebastião do Caí, para quem quisesse tomar café - então junte aí mais uns R$ 15,00 de alguma guloseima + café! Ah, ainda há o almoço e as prováveis compras...

O QUE LEVAR PARA COMER?
Nada! Com a parada no restaurante para o café em São Sebastião do Caí, mata-se a fome desde cedo (para quem não tomou café em casa antes de sair - ou tomou e quis repetir... gulosos, hehe), e logo após a visitação na Vinícola Aurora, o bus segue para o centro da cidade, onde seguimos para um restaurante proposto pelos colaboradores. O almoço livre custa cerca de R$ 25,00, mas como estou de dieta, meu prato custou R$ 17,00 (ok, além da dieta, só como coisas que sei que não me fazem mal, tipo massas, pizza, queijo... lamentável, não, EM PLENA SERRA GAÚCHA?).
Nossa primeira parada foi na Casa dos Doces Predebon, onde houve degustação de doces. Quem não comeu sobremesa no restaurante, tratou de fazer uma boquinha ali, o que não foi meu caso :)
Enfim, no final das contas não resisti a uns "cri cris" (amendoim açucarado) na lojinha que fica na frente da Casa da Erva-Mate, dez mil vezes melhores que estes que compramos nos supermercados!
O QUE LEVAR PARA VESTIR?
Como fomos no auge deste maravilhoso inverno, o frio era rigoroso, apesar do sol. Mas sentir frio é psicológico, como posso provar na foto abaixo, já no final do roteiro:

Mentira, passei um frio do caralho, mas mostrei minha camiseta nova do SLAYER!
Como dentro do bus é quente por causa do ar, ao sair para os locais de visitação, use tudo o que puder (se for no inverno, claro).
COMO FOI A TRIP?
Sem sombra de dúvidas foi muito boa! Como bom curioso, tratei de pesquisar sobre o lugar dias antes da viagem, e o único pesar foi não terem incluído alguns lugares como a Casa Merlin e Casa Gilmar Cantelli, mas que na verdade não são abertos a visitas, apenas observação. Ou seja, não poderíamos desbravar os locais!

A visita na Vinícola Aurora foi rápida, de começo exibem um vídeo de curta duração mostrando depoimentos de associados da cooperativa, bem como dão uma passada geral em sua história. Passamos por dentro do local onde são fabricados os mais diversos tipos de vinhos e sucos e pudemos entender como funciona o processo de fabricação destes produtos.
Quem aqui não gostaria de levar alguns destes barris para casa, garantindo assim uma boa reserva pra esse inverno?

Chegando ao fim da visitação na Vinícola, coube a tarefa de degustar alguns vinhos, e como gosto apenas de vinho tinto suave, tratei de fazer minha parte. Porém, é tudo muito rápido, o que achei um pouco decepcionante. Logo após, subimos para a lojinha onde era possível comprar os produtos da empresa. No mais, é uma visita interessante, mas muito rápida.
Mais infos sobre a Vinícola Aurora em: http://www.vinicolaaurora.com.br/
A partir daí, já era meio-dia quando fomos almoçar e às 13:40, mais ou menos, partimos para os Caminhos de Pedra. O primeiro local que visitamos foi a Casa dos Doces Predebon, onde fomos recepcionados de forma bem simpática, com direito a uma explicação sobre a história da família e como começaram o negócio, focado em doces de frutas, sobretudo de figo. No local ainda há um pequeno mirante onde podemos observar uma cachoeira belíssima situada no Vale do Rio Buratti. Parada estratégica na lojinha rústica da empresa para os apreciadores de doces e seguimos para o Parque da Ovelha. Como não achei interessante esta visita, assim como outras pessoas, fui dar uma caminhada até uma pracinha onde existe uma igreja construída em 1901 e logo depois acabei voltando para o ônibus, esperando o resto da excursão retornar da visita às ovelhas.
Mas, o melhor estava por vir :)
Bento Gonçalves é uma cidade muito bonita, e eu estava ansioso para conhecer a Cantina Strapazzon, cenário de filme e reconhecidamente uma das casas de pedra mais antigas da região. Ainda administrada pela família Strapazzon, trata-se de um dos locais mais disputados entre os turistas.
Cantina Strapazzon - Casa totalmente em pedra irregular construída por volta de 1880, pelo imigrante Giovanni Strapazzon. Possui as características das casas de pedra da primeira geração de imigrantes tendo sido adaptada posteriormente para a função de cantina (local onde se faz e armazena o vinho), a partir da construção da nova residência em alvenaria, mais próxima da estrada. Sempre pertenceu á família Strapazzon e foi cenário, em 1995, de algumas cenas do filme "O Quatrilho". No local, desde 1992, são acolhidos os visitantes e explica-se todo o processo de elaboração do vinho. A residência atual da família Strapazzon, com porão construído em pedras regulares e parte superior em alvenaria foi edificada em 1940, no mesmo local onde anteriormente se erguia a residência de madeira, mantendo a tradição da cozinha separada do restante da casa.
Texto retirado de: http://www.caminhosdepedra.org.br/pt/

A sensação ao entrar na velha casa de pedra é indescritível, e para quem tem uma imaginação fértil, logo é transportado para a Bento Gonçalves de 136 anos atrás, onde os imigrantes italianos ainda estavam lutando para se firmar nestas terras. No final da apresentação, degustação de vinhos e suco e... graspa!
Pertinho dali, nossa próxima parada foi a Casa da Erva Mate, no local onde funcionava o antigo moinho Cecconello. A explicação de como é feita a produção artesanal da erva-mate é muito interessante, com uma demonstração prática de como o moinho funciona. Mas o que mais chama atenção é o lugar, simplesmente espetacular. Como estamos no inverno, o cinza muitas vezes é a cor predominante das árvores, como vemos na foto abaixo, tirada da janela do moinho. Fico imaginando este local na primavera, uma obra de arte da natureza!

Encerrada a visitação, foi possível fazer compras na lojinha localizada no porão da residência da família Ferrari, e logo ao lado, visitar a Casa das Cucas, mas como o local estava cheio, deixei passar a oportunidade, mas há quem decidiu dar uma chegadinha no local.
OBS: O Parque da Ovelha oferece a oportunidade do visitante saber como funciona a rotina diária da fazenda, podendo inclusive ordenhar, dar de comer às ovelhas adultas, amamentar filhotes, etc. Na degustação, oferecem produtos como queijo e iogurte. Também comercializam produtos sem glúten e lactose (viva!). O imponente casarão foi construído em 1917, e mantém até hoje suas características originais. Também cabe aqui um parenteses sobre o centro da cidade, muito bonito, limpo e calmo, com destaque para a "fonte de vinho", que fica jorrando aquele liquido e pedindo para você enfiar a sua cara ali...
CONSIDERAÇÕES FINAIS A viagem foi agradável, prazerosa e bem tranquila. Os coordenadores Fábio e Carine foram bem atenciosos e dedicados. Para quem curte um passeio por lugares bucólicos, será uma escolha perfeita! Talvez eu seja meio chato em preferir locais como antigas casas de pedra do que visitar o Parque da Ovelha, por exemplo, mas daí é uma questão de opção. A proposta da Trip Tri em fazer um passeio cultural pelo interior de Bento Gonçalves é válida e merece ser apreciada por todos, de preferência no frio, para combinar com o vinho :)
Mais infos: https://www.triptri.com.br/
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